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Manaus, um imbróglio pago em sofrimento e vidas, chega à CPI

Sessão de hoje na CPI da Covid foi dedicada à tragédia do início do ano, um dos pontos fortes para a oposição

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Manaus foi palco de uma tempestade perfeita, cujos efeitos recaíram sobre a população. (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Manaus foi palco de uma tempestade perfeita, cujos efeitos recaíram sobre a população. (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2021 às, 19h45.

Por Alon Feuerwerker*

A sessão de hoje da CPI no Senado da Covid-19 foi dedicada à tragédia de Manaus no início do ano. Até o momento, é um dos pontos fortes que a oposição tem para caminhar rumo a um relatório final de condenação do governo. Mas a oposição continua com o mesmo desafio: como fazer para incriminar diretamente o presidente da República. Pois para maximizar o efeito político não bastará chegar aos peixes pequenos. Que aliás já estão suficientemente enredados.

Já o governismo insiste no esforço para transformar a CPI da pandemia numa CPI da corrupção na pandemia. Trata-se de batalha morro acima. Em primeiro lugar, por o governo não ter maioria na comissão. Em segundo, por não haver, parece, maior interesse da opinião pública nesse aspecto dos fatos. Ao menos por enquanto. Pois está sedimentada a ideia de que a grande e insuportável quantidade de mortes Brasil afora tem mais a ver com o atraso na vacinação e com terapias de efeito duvidoso.

Mas, e Manaus? Ali parece ter se formado a tempestade perfeita. Quando a primeira onda de covid-19 refluiu, talvez tenha havido a ilusão de terem atingido a imunidade de rebanho. Daí veio uma nova cepa, bem mais contagiosa. Mas aí os leitos adicionais de UTI já tinham sido desativados. E chegou-se à superlotação hospitalar. E faltou oxigênio. E Manaus não tem ligação por terra ao sul. E o assunto foi inicialmente tratado de modo e com ritmo burocráticos pelas autoridades.

Sem falar no esforço dispendido para implementar o chamado tratamento precoce. E some-se a isso a encrenca com a Venezuela, que poderia ajudar no fornecimento emergencial de oxigênio. Mas aí teriam de pedir a Nicolás Maduro, que é o presidente de fato ali mas não é reconhecido pelo Brasil. E, convenhamos, pedir ajuda a Juan Guaidó não adiantaria nada, visto que o próprio não tem qualquer controle sobre o país vizinho.

E tem o aspecto da corrupção.

Um baita imbróglio, que a população manauara pagou em sofrimento e vidas.

*Alon Feuerwerker é analista político da FSB Comunicação

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