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Enredo da CPI é das piores tramas do realismo fantástico da América Latina

Em respeito às vítimas da covid-19, é preciso no mínimo apontar caminhos para que os erros cometidos nas entranhas esquisitas do aparelho burocrático não se repitam

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Até os valores tratados na CPI são estapafúrdios para um mundo bancarizado. (Waldemir Barreto/Agência Senado/Flickr)

Até os valores tratados na CPI são estapafúrdios para um mundo bancarizado. (Waldemir Barreto/Agência Senado/Flickr)

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Bússola

Publicado em 7 de julho de 2021 às, 20h18.

Por Marcio de Freitas*

As mensagens, conversas e encontros dos personagens envolvidos na negociação de venda de vacinas ao Ministério da Saúde são dignas de um enredo das piores tramas do realismo fantástico da América Latina. É surreal que personagens estejam aparecendo do fundo da burocracia em situações completamente sem sentido.

Até os valores são estapafúrdios. U$ 400 milhões em propina é uma operação inimaginável em um mundo bancarizado e onde os registros de transferência ficam todos ao alcance de autoridades fiscalizadoras. Fácil de descobrir se se concretizasse, mas como fazer essa operação? Nem as malas do ex-deputado Geddel Vieira Lima seriam suficientes para carregar essa fortuna. Afinal, ele tinha só R$ 51 milhões guardados.

E os fiscais de contrato que não fiscalizam, os funcionários que não sabem do que se trata na mesa ao lado, nem têm responsabilidade nenhuma por nada que estava ocorrendo sob seus olhos? É um mundo estranho, disfuncional. As regras por vezes são literais, em outros momentos literatura ficcional.

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia é uma aula de anatomia sobre as entranhas esquisitas do aparelho burocrático nacional. Quando nada, o resultado final pode apontar os caminhos para aprimorar processos e definir melhor ritos com atribuições claras de responsabilidades. Acusações políticas há aos montes. Mas é preciso ir além para entender os erros cometidos nesse processo para que não se repita no final. Até em respeito às milhares de vítimas fatais da covid-19.

*Márcio de Freitas é analista político da FSB Comunicação

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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