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Com CPI da Covid, oposição à agenda reformista pode se fortalecer

Governo vai precisar evitar o risco de contaminação, no Senado, de outras matérias de interesse

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Se não houver um cordão sanitário para manter na comissão o que for da comissão, as lutas podem se tornar briga de rua em frente ao Planalto (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Se não houver um cordão sanitário para manter na comissão o que for da comissão, as lutas podem se tornar briga de rua em frente ao Planalto (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

M
Márcio de Freitas*

Publicado em 3 de maio de 2021 às, 20h26.

Os primeiros depoimentos na CPI da Pandemia trazem um risco subjacente para a articulação política do Palácio do Planalto, de que as fileiras da oposição à agenda reformista fiquem mais fortalecidas. É óbvio que será preciso proteger o governo, mas também deve-se evitar o risco de contaminação, no Senado, de outras matérias de interesse governamental. A agenda liberal ainda está inacabada.

Enquanto ex-ministros da Saúde estarão postados no paredão da CPI, finalmente o relator da Reforma Tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB), apresentará seu relatório na Câmara dos Deputados. E a Reforma Administrativa ainda dá seus primeiros passos regimentais no parlamento. Ambas estão na Câmara, onde o governo demonstra ter maioria tranquila. Mas elas chegarão ao Senado, onde há dificuldades. Só superam a barreira de mudanças constitucionais se atingirem o quórum de três quintos, já difícil em tempos normais.

A CPI nasceu sob controle da oposição, numa derrota do governo que ficou sem maioria. Disputas viscerais costumam surgir nessas situações. A virulência dos debates pode contaminar as relações entre os partidos integrantes da base de governo. São relações delicadas, e muito mais sensíveis no Senado, onde há apenas 81 integrantes e cada um deles sabe o peso de seu voto.

Haverá embates duros na comissão. Se não houver um cordão sanitário para manter na comissão o que for da comissão, as lutas podem atravessar os corredores desenhados por Oscar Niemeyer e se tornar briga de rua em frente ao Planalto. Não é o que um governo com agenda reformista necessita. Mas é tudo que a oposição quer que aconteça para gerar a percepção de paralisia do governo em ano pré-eleitoral.

Turbulência política atrapalha a economia. Hoje, o país tem um cenário de boom de commodities e ganha mercados pela depreciação do real, com viés de alta para o setor de exportações. O governo sabe que precisa de muita vacina para vencer a pandemia de Sars-CoV-2, mas também precisa se imunizar contra os erros políticos na CPI.

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