Brasil

Ucrânia bombardeia Rússia com mais de 53 drones e diz ter destruído seis aviões russos

Ofensiva ocorre dias após ataque kamikaze que atingiu fábrica russa; estratégia tem sido usada com frequência por Kiev, que busca cortar abastecimento de Moscou

Guerra na Ucrânia: a cidade de Rostov do Don abriga a base militar das tropas russas que combatem na Ucrânia (Sergey Bobok/Getty Images)

Guerra na Ucrânia: a cidade de Rostov do Don abriga a base militar das tropas russas que combatem na Ucrânia (Sergey Bobok/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 5 de abril de 2024 às 13h06.

Última atualização em 5 de abril de 2024 às 13h13.

A Ucrânia afirmou que destruiu seis aviões militares russos em um bombardeio contra a base aérea da região russa de Rostov do Don nesta sexta-feira. Fontes de segurança disseram à BBC que pelo menos mais oito aeronaves foram gravemente danificadas, e 20 pessoas poderiam ter sido mortas ou feridas. A base atingida abriga aviões Su-27 e Su-34, ambos usados na linha de frente da guerra na Ucrânia.

À AFP, uma fonte de segurança afirmou que o bombardeio foi uma “operação especial” conjunta do serviço de segurança ucraniano com o Exército. A fonte não revelou como a operação foi realizada, mas a Rússia relatou uma série de ataques contra várias regiões do país durante a madrugada. O Ministério da Defesa russo afirmou que o Exército neutralizou 53 drones ucranianos em diferentes áreas.

No distrito de Morozovsk, em Rostov do Don, uma subestação elétrica foi atingida, deixando cerca de 600 pessoas sem energia por algumas horas, segundo o governador local, Vasily Golubev. Em seu canal no Telegram, ele acrescentou que houve alguns danos em um prédio residencial de 16 andares, e que oito pessoas ficaram feridas pela detonação de explosivos em um dos drones caídos.

A cidade de Rostov do Don abriga a base militar das tropas russas que combatem na Ucrânia. De acordo com a fonte ucraniana que informou à AFP sobre o ataque, a operação deverá reduzir “consideravelmente o potencial de combate dos russos”. O entendimento é semelhante ao do analista militar russo da BBC, Pavel Aksyonov. Segundo ele, um ataque com tantos drones em pouco tempo pode ter sobrecarregado as defesas aéreas.

Nova estratégia

Nos últimos meses, o Exército ucraniano aumentou a frequência e intensidade dos bombardeios contra o território russo, atacando instalações militares, mas também a indústria energética. As forças de Kiev tentam cortar as cadeias de abastecimento do Exército russo, que segue ocupando cerca de 20% do território ucraniano. Até o momento, porém, a estratégia não conseguiu frear os ataques russos, que se intensificaram na região de Kharkiv.

Nesta terça-feira, um ataque com um avião modificado para voar sem piloto, reivindicado por Kiev, deixou 13 feridos em um complexo industrial na região russa do Tartaristão, a mais de 1,2 mil km da fronteira com a Ucrânia. O alvo principal seria uma unidade de produção dos drones de tecnologia iraniana Shahed — conhecidos na Rússia como Geran —, usados à exaustão em ações em solo ucraniano.

De acordo com as autoridades locais, as aeronaves não tripuladas atingiram um dormitório de estudantes da Universidade Politécnica de Yelabuga, uma zona econômica especial dentro do Tartaristão onde há um considerável parque industrial e petroquímico. O local fica a menos de 300 metros de unidades de montagem da versão russa dos drones Shahed-136, chamados localmente de Geran-2, que se tornaram uma arma preferencial de Moscou em sua invasão da Ucrânia.

Ataques com drones dentro da Rússia, apesar de criticados por Washington, são considerados uma arma legítima pelos ucranianos para responder à invasão iniciada em fevereiro de 2022. Os alvos preferenciais são as refinarias de petróleo, uma estratégia moldada para afetar a produção de combustível e, especialmente, as exportações, hoje uma fonte imprescindível de renda para Moscou.

Após mais de dois anos de conflito, os combates se concentram no Donbass, leste da Ucrânia, onde as autoridades russas afirmam que avançam para Chasiv Yar, uma localidade a 10 quilômetros de Bakhmut, posição que a Rússia ocupa desde maio de 2023. (Com AFP)

Acompanhe tudo sobre:UcrâniaRússiaGuerras

Mais de Brasil

Enchentes no RS: sobe para 155 o número de mortos; 94 pessoas seguem desaparecidas

Campanhas de Boulos e Tabata veem Datena “roubando” votos de Nunes; MDB acredita em aliança com PSDB

Ônibus passa a ligar aeroporto de Florianópolis a Porto Alegre

Nova frente fria avança no Sul e Inmet coloca parte do RS, Santa Catarina e Paraná em alerta

Mais na Exame