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População inativa em patamar acima do pré-pandemia é puxada por jovens, avalia IBGE

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo IBGE

Na população de 14 a 17 anos, 84,2% estavam inativos no terceiro trimestre de 2023, ante uma fatia de 81,7% no primeiro trimestre de 2020 (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Na população de 14 a 17 anos, 84,2% estavam inativos no terceiro trimestre de 2023, ante uma fatia de 81,7% no primeiro trimestre de 2020 (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 22 de novembro de 2023 às 17h22.

Última atualização em 22 de novembro de 2023 às 18h01.

Na passagem do segundo para o terceiro trimestre do ano, houve redução no número de pessoas em idade de trabalhar que estavam em situação de inatividade, ou seja, nem trabalha nem busca emprego. No entanto, essa população permanece em nível superior ao pré-pandemia, sustentada, sobretudo, pelos jovens de 14 a 24 anos, apontou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em todo o País, 66,829 milhões de pessoas em idade de trabalhar eram consideradas inativas no terceiro trimestre de 2023, 3,665 milhões a mais que no primeiro trimestre de 2020. O contingente de desempregados no terceiro trimestre deste ano é 4,832 milhões menor do que no primeiro trimestre de 2020, e o número de pessoas trabalhando é 6,723 milhões superior.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo IBGE.

"Embora esteja havendo melhoria muito consistente do mercado de trabalho, a população fora da força não voltou ao patamar registrado de antes da pandemia", disse Beringuy.

Faixas etárias

Na população de 14 anos ou mais, ou seja, em idade de trabalhar, 38,2% estavam inativos no terceiro trimestre de 2023. No primeiro trimestre de 2020, essa fatia era de 37,3%.

"Parece que está sendo mais influenciado pela população de menor idade, de jovens e adolescentes", apontou Beringuy.

Na população de 14 a 17 anos, 84,2% estavam inativos no terceiro trimestre de 2023, ante uma fatia de 81,7% no primeiro trimestre de 2020.

No grupo de 18 a 24 anos, 31,3% estavam inativos no terceiro trimestre de 2023, ante uma fatia de 30,6% no primeiro trimestre de 2020.

Segundo Beringuy, é possível que haja maior dificuldade de inserção dessa população no mercado de trabalho, por falta de experiência, por exemplo. No entanto, houve melhora na taxa de escolarização nessas faixas etárias, o que indicaria uma priorização do estudo.

"A população de 14 a 17 anos fora da força não necessariamente é indicativo negativo. Essa população pode estar ausente da força de trabalho, mas pode estar estudando. E parece que é o caso. Como a gente vê nos indicadores de escolarização, a taxa de escolarização desse grupo aumentou bastante, como aumentou bastante também no grupo de 18 a 24 anos"

"Fundamentalmente, a maior diferença do que é hoje e do pré-pandemia, é de 14 a 17 anos", afirmou Beringuy. "Entre 18 e 24 anos tem (também) a questão da falta de experiência, da rotatividade. Essa população sofre tanto de fatores estruturais quanto conjunturais."

Jovens adultos

Na população de 25 a 39 anos tampouco houve retorno ao patamar pré-pandemia: 18,7% estavam inativos no terceiro trimestre de 2023, ante uma fatia de 17,9% no primeiro trimestre de 2020.

Nos dois demais grupos etários, o patamar de pessoas na força de trabalho já superou o pré-pandemia. Na faixa de 40 a 59 anos, 25 9% estavam inativos no terceiro trimestre de 2023, ante uma fatia de 26,3% no primeiro trimestre de 2020. No grupo de 60 anos ou mais, 76,3% estavam inativos no terceiro trimestre de 2023, ante uma fatia de 76,8% no primeiro trimestre de 2020.

Redução da inatividade em SP mostra mais pessoas integradas à força de trabalho

O mercado de trabalho no Estado de São Paulo mostrou melhora na passagem do segundo trimestre para o terceiro trimestre deste ano. Houve geração de vagas, enquanto diminuiu o número de desempregados e de pessoas na inatividade. As medidas de subutilização da força de trabalho também avançaram positivamente, com redução, inclusive, no desalento.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desempregou em São Paulo caiu de 7,8% no segundo trimestre para 7,1% no terceiro trimestre. Houve abertura de 268 mil postos de trabalho no Estado. A fila de desempregados encolheu em 170 mil pessoas em apenas um trimestre. Houve redução também na inatividade, 101 mil pessoas a menos.

"Essa questão da (redução na) inatividade, ela mostra mais pessoas integradas à força de trabalho", apontou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O destaque na geração de vagas foi o grupamento de informação e comunicação, serviços financeiros, administrativos e profissionais, disse Beringuy.

"Eles tiveram isoladamente expansão importante da população ocupada em São Paulo", avaliou Beringuy.

Em relação à qualidade do emprego, o mercado de trabalho paulista mostrou ainda avanço na carteira assinada no setor privado, com 213 mil vagas a mais em um trimestre.

A melhora também foi notada nas medidas de subutilização da força de trabalho no Estado. Em apenas um trimestre, São Paulo reduziu em 270 mil o contingente de subutilizados. A queda na população desalentada - que não busca emprego por acreditar que não conseguiria encontrar uma oportunidade, por exemplo - foi de 96 mil pessoas no período.

"Em termos do mercado (de trabalho) local, é um resultado positivo", resumiu Beringuy.

O Estado de São Paulo concentra 24,2% de toda a população ocupada no Brasil, seguido por Minas Gerais (10,6%), Rio de Janeiro (8,0%), Bahia (6,1%), Rio Grande do Sul (5,9%) e Paraná (5,9%).

"Perceba que também são os Estados mais populosos", frisou Beringuy. "Os Estados mais populosos são os que têm mais população ocupada, mas São Paulo figura despontando, com quase um quarto da população ocupada no País."

Considerando apenas São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os três Estados respondem juntos por 42,8% de todos os postos de trabalho existentes atualmente no Brasil.

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