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Temer manterá no cargo advogado-geral e ministro do Turismo

A decisão também visa "interromper o ciclo" de que a cada denúncia ou crítica a alguém ligado a seu governo acarrete em uma baixa

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	Michel Temer: nas duas últimas semanas, o governo sofreu duas baixas com a saída de Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência)
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Michel Temer: nas duas últimas semanas, o governo sofreu duas baixas com a saída de Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência) (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Tânia Monteiro, Carla Araújo

Publicado em 6 de junho de 2016 às, 17h29.

Brasília - Após conversar com o ministro da Advocacia-Geral da União, Fábio Medina Osório, nesta segunda-feira, 6, o presidente em exercício, Michel Temer, decidiu mantê-lo no cargo.

Na conversa, que aconteceu em seu gabinete minutos antes de dar um pronunciamento à imprensa, Temer relativizou as declarações de Osório e optou por dar sobrevida ao ministro.

A decisão também visa "interromper o ciclo" de que a cada denúncia ou crítica a alguém ligado a seu governo acarrete em uma baixa.

Nas duas últimas semanas, o governo sofreu duas baixas com a saída de Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência).

O receio de ampliar o desgaste e gerar mais uma nova turbulência acabou beneficiando os titulares de pastas envolvidos em polêmicas. Além de Osório, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, e a secretária das Mulheres, Fátima Pelaes permanecerão nos cargos.

Osório foi alvo de inúmeras críticas de auxiliares diretos do presidente em relação à sua atuação.

"Ele ficou deslumbrado com o cargo e agiu de forma indevida em muitos casos", comentou um interlocutor do Planalto ao lembrar que até os servidores da própria AGU já fizeram chegar à Presidência inúmeras críticas a ele, pelas suas ações.

"Está ficando muito difícil de conviver com ele", emendou outro assessor palaciano. "A sua situação está extremamente delicada."

Na manhã desta segunda-feira, Temer reuniu-se com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) para também avaliar a situação de outros dois casos de autoridades de seu governo que estão na berlinda.

Embora o pedido de investigação e as citações ao ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB) na Operação Lava Jato preocupem o governo pelo desgaste que causa, a avaliação no encontro entre a cúpula era de que não haveria fato novo em relação às investigações que estão sendo feitas.

Amigo pessoal de Temer, Alves tem apoio dos peemedebistas. "Não há nada diferente do que já havia saído", disse um ministro, que reforçou a ideia de que o governo precisa de estabilidade e novas demissões causariam mais turbulência.

Segundo a força-tarefa, Alves atuou junto à empreiteira OAS para obter recursos para sua campanha ao governo do Rio Grande do Norte em 2014.

O dinheiro teria sido desviado da Petrobras, conforme publicado nesta segunda pelo jornal Folha de S. Paulo. A denúncia foi encaminhada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) em abril.

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teria participado da negociação com o então presidente da OAS, Léo Pinheiro. O ministro, que perdeu as eleições em 2014, nega qualquer irregularidade.

No caso da secretária das Mulheres, Fátima Pelaes, que a situação também é considerada delicada, mas o governo também optou por não ceder as pressões.

Além do problema que Fátima tem com a Justiça, a avaliação é que há o bombardeio de petistas e movimentos sociais que querem a sua saída pela sua posição em relação ao aborto. A secretaria já se manifestou contrária ao aborto até em caso de estupro.

Fátima é alvo de investigação na Justiça Federal por supostamente haver participado de um esquema de desvio de R$ 4 milhões em verbas no Ministério do Turismo, objeto da Operação Voucher, da Polícia Federal, iniciada em 2011.

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