Acompanhe:

Governo quer parceria privada para explorar energia nuclear

Ministro afirmou que a primeira parceria na área nuclear pode ser a usina de Angra 3, hoje paralisada por escândalos de corrupção e problemas financeiros

Modo escuro

Continua após a publicidade
Angra 3 (Brazil Photos/Getty Images)

Angra 3 (Brazil Photos/Getty Images)

B
Bloomberg

Publicado em 12 de janeiro de 2021 às, 17h21.

O governo planeja propor a quebra do monopólio estatal na energia nuclear para permitir investimentos privados em um setor que praticamente não recebeu recursos nas últimas três décadas, segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Uma proposta de emenda constitucional será encaminhada ao Congresso no primeiro semestre de 2021 com o objetivo de permitir que empresas privadas possam explorar a mineração de urânio e gerar energia nuclear, disse o ministro, em entrevista.

“Não faz mais sentido manter monopólio sobre a mineração e a manutenção de minerais nucleares”, afirmou, acrescentando que a parceria é benéfica tanto para o setor público quanto o privado.

O Brasil tem hoje duas usinas nucleares, Angra 1 e Angra 2, que são responsáveis por apenas 3% da matriz energética do país, dominada por hidrelétricas. Mas Albuquerque, almirante de esquadra e entusiasta de longa data da energia nuclear, afirmou que o potencial do país é grande e que novas usinas podem ser construídas mais próximas de áreas consumidoras.

O ministro afirmou ainda que a primeira parceria na área nuclear pode ser a conclusão da usina de Angra 3. Embora as obras do empreendimento tenham começado nos anos 80, escândalos de corrupção e problemas financeiros paralisaram o projeto. Ele já custou aos cofres públicos R$ 10 bilhões, sendo que outros R$ 15 bilhões são necessários para sua conclusão.

A Eletrobras, que o governo tenta privatizar desde 2017, é a responsável pela usina, mas não tem recursos disponíveis para investimentos.

Ao ser concluída, Angra 3 poderia ser gerida por um agente privado, disse Albuquerque. O BNDES está trabalhando na modelagem para essa operação e deve apresentá-la no primeiro trimestre de 2021.

O ministro anunciou no ano passado um plano para construir oito novas usinas nucleares até 2050 por meio de parcerias público-privadas, a partir da aprovação do fim do monopólio do governo no setor.

Usinas hidrelétricas são responsáveis hoje por mais de 60% do fornecimento de energia no Brasil, o que torna a matriz nacional uma das mais limpas do mundo. Linhas de transmissão, por outro lado, são um problema num país de dimensões continentais. Hoje, as maiores hidrelétricas estão no Norte, enquanto os maiores consumidores estão nas regiões Sul e Sudeste, o que gera uma perda significativa de carga na transmissão.

Sem apagão

Mudanças climáticas também não ajudaram. A falta de chuvas em 2020 deixou os reservatórios do país no nível mais baixo dos últimos 90 anos, gerando preocupação com o risco de uma crise energética que poderia comprometer a retomada da economia.

Albuquerque, contudo, não vê qualquer risco de apagão. Ele destacou que o país tem outras fontes de energia, como eólica e térmica, que já têm sido acionadas para atender à demanda.

Últimas Notícias

Ver mais
Cúpula em Bruxelas marca o retorno da energia nuclear à agenda global
ESG

Cúpula em Bruxelas marca o retorno da energia nuclear à agenda global

Há 8 horas

Conselho de administração da Petrobras aprova recondução de membros do conselho fiscal
Brasil

Conselho de administração da Petrobras aprova recondução de membros do conselho fiscal

Há um dia

Empresa de Bill Gates quer construir reator nuclear para concorrer com China e Rússia
seloNegócios

Empresa de Bill Gates quer construir reator nuclear para concorrer com China e Rússia

Há 2 dias

Ministro do MME convoca presidente da Enel para esclarecer falta de energia em SP
Brasil

Ministro do MME convoca presidente da Enel para esclarecer falta de energia em SP

Há 2 dias

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais