Acompanhe:

Exame para identificar Zika vírus é comercializado no país

O teste é resultado de uma pesquisa começada há dois anos por um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da USP

Modo escuro

Continua após a publicidade
Aedes aegypti: mosquito é o transmissor da dengue e do zika virus (Alvin Baez/Reuters)

Aedes aegypti: mosquito é o transmissor da dengue e do zika virus (Alvin Baez/Reuters)

A
Agência Brasil

Publicado em 15 de outubro de 2019 às, 20h17.

Um exame sorológico capaz de identificar a contaminação por Zika vírus mesmo depois da infecção por dengue começou a ser comercializado no país. Os kits são voltados principalmente para mulheres em idade fértil e para estudos epidemiológicos que pretendam determinar pessoas que já tenham sido expostas ao vírus.

Essa era uma das principais demandas após a epidemia de Zika no Brasil, entre 2015 e 2016.

O teste é resultado de uma pesquisa iniciada há dois anos por um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. O estudo foi apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e teve o pedido de patente licenciado pela empresa AdvaGen Biotec e recentemente aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para uso comercial. O produto foi testado em cerca de 3.200 mulheres no Brasil.

O exame detecta a presença de anticorpo específico do Zika vírus produzido pelo organismo depois de 15 a 20 dias, após o indivíduo ser infectado. Entretanto, como os vírus da Zika e da dengue são muito parecidos, os testes disponíveis no mercado acabam por confundir com resultando em falso positivo ou negativo, dificultando ou impedindo o diagnóstico preciso em áreas endêmicas para a dengue. O teste possui 95% de especificidade para Zika, enquanto os outros do mercado possuem até 75%.

"Esse anticorpo dá proteção para o resto da vida e é muito difícil achar uma proteína que seja específica para o Zika. Mas achamos um local na proteína, que chamamos de Delta NS1, e que não dá reação cruzada com a dengue", explicou um dos pesquisadores, o especialista em virologia Edison Luiz Durigon.

Segundo o pesquisador, o kit facilitará o acompanhamento de gestantes que farão o exame a cada três meses para prevenir a microcefalia em bebês. Caso a mulher seja infectada só no período final da gestação, o bebê corre o risco de desenvolver problemas neurológicos.

"Se a gestante tiver Zika o teste acusará. E aí muda-se a conduta médica, com a possibilidade de acompanhar essa criança para que ela seja conduzida a um padrão normal na infância e adolescência", disse.

O exame é baseado no método Elisa e também será útil para estudar a prevalência do vírus porque a maioria das pessoas infectadas não apresentam sintomas, assim a mulher pode ter o vírus sem saber e passar para o feto. Dessa forma, algumas crianças podem nascer sem microcefalia, mas podem ter lesões invisíveis no cérebro em um primeiro momento, podendo desenvolver problemas cognitivos severos.

"O exame deve ser feito em laboratório e fica pronto em três horas e meia. É um teste que qualquer laboratório clínico está equipado para fazer. Esse foi um cuidado nosso", explicou o especialista.

Últimas Notícias

Ver mais
Ministério da Saúde projeta aumento de casos de dengue em 2024 em grande parte do País
Brasil

Ministério da Saúde projeta aumento de casos de dengue em 2024 em grande parte do País

Há 3 meses

Cientistas desenvolvem novo exame capaz de identificar Alzheimer
Ciência

Cientistas desenvolvem novo exame capaz de identificar Alzheimer

Há um ano

Mutirão de teste de paternidade em São Paulo; entenda como funciona o "Encontre o seu Pai Aqui"
Brasil

Mutirão de teste de paternidade em São Paulo; entenda como funciona o "Encontre o seu Pai Aqui"

Há um ano

Estudo avalia impacto em bebês da infecção materna por zika
Ciência

Estudo avalia impacto em bebês da infecção materna por zika

Há um ano

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais