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Chinesa, inglesa e russa: pode tomar mais de uma vacina contra a covid-19?

De acordo com especialistas, é recomendável tomar apenas de um laboratório, uma vez que ainda não há estudos de possíveis riscos com a intercambialidade

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 (Dado Ruvic/Reuters)

(Dado Ruvic/Reuters)

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Gilson Garrett Jr

Publicado em 13 de novembro de 2020 às, 15h50.

Última atualização em 13 de novembro de 2020 às, 16h31.

Os laboratórios que desenvolvem uma vacina contra a covid-19 são cautelosos ao afirmar quando terão o primeiro imunizante pronto, com a segurança e a eficácia comprovadas. A data depende de muitos testes e de toda a logística de distribuição. É provável que os governos tenham mais de uma opção, possibilitando um mix de imunizantes. Mas será recomendável tomar apenas de um laboratório, uma vez que ainda não há estudos de possíveis riscos com a chamada intercambialidade.

Atualmente, mais de 150 vacinas estão em desenvolvimento, sendo dez delas na última fase de testes, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde.

O Brasil, por meio do Ministério da Saúde, tem dois acordos para garantir as primeiras doses: um com o laboratório AstraZeneca, e outro com o Covax Facility, consórcio global de governos e fabricantes para impulsionar o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus.

Paralelamente, o governo de São Paulo com o Instituto Butantan desenvolve o imunizante com o laboratório chinês Sinovac. O governo do Paraná tem um acordo com a Rússia, para testar e fabricar a vacina do instituto Gamaleya.

Especialistas ouvidos pela EXAME acreditam que em um primeiro momento teremos menos opções, mas com o passar do tempo elas devem aumentar. A recomendação é sempre optar pelo mesmo fabricante para tomar as duas doses caso for mais de uma.

“Em outras campanhas de vacinação não é incomum a gente usar fabricantes diferentes. Mas são vacinas que temos estudos de intercambialidade. Nós não teremos essa informação com a covid-19, se a resposta vai ser a mesma. Então, em um primeiro momento, eu não acho saudável isso”, orienta a médica Rosana Richtmann, infectologista do Hospital Emílio Ribas em São Paulo.

A mesma opinião é compartilhada pelo médico, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri. Ele explica que cada vacina pode ter uma resposta melhor em determinados grupos, como idosos.

“Não teremos vacinas iguais, protegendo da mesma forma. Os estudos vão mostrar como ela funciona em jovens ou em pessoas com doenças crônicas. A vacinação vai depender de muitos fatores, sendo prioritário nos grupos de risco. E tomar mais de uma, de fabricante diferente, não será a recomendação. Muito menos tomar a primeira dose de um fabricante e a segunda dose de outro. O Programa Nacional de Imunizações vai organizar toda esta logística e o Brasil tem experiência nisso”, explica.

Ele também acredita que laboratórios privados podem demorar mais de um ano para disponibilizar a vacina, quando os estoques mundiais estiverem estabilizados e os governos conseguirem fazer compras robustas para imunizar suas populações.

Carteira de vacinação digital

O Ministério da Saúde já está planejando o Prograna Nacional de Imunizações para a covid-19. Uma das estratégias é desenvolver uma plataforma virtual para agilizar e organizar a aplicação da vacina contra o coronavírus.

A carteira nacional de imunização digital seria feita por um cadastro utilizando o CPF. O objetivo é garantir que a população se imunize apenas uma vez, caso um governo local também disponibilize um outro imunizante.

 

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