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Pandemia: 50% das PMEs ainda não recuperaram perdas, diz pesquisa

Índice SumUp mostra que as micro e pequenas empresas estão melhores que no auge da pandemia, mas devem terminar o ano com crescimento abaixo de 2019

Atividade econômica: segundo o índice da fintech, abril foi o mês mais crítico para as pequenas empresas brasileiras (Tom Werner/Getty Images)

Atividade econômica: segundo o índice da fintech, abril foi o mês mais crítico para as pequenas empresas brasileiras (Tom Werner/Getty Images)

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Carolina Ingizza

Publicado em 24 de novembro de 2020 às 18h00.

Última atualização em 24 de novembro de 2020 às 18h31.

Fortemente impactadas pela crise, as micro e pequenas empresas brasileiras se recuperam aos poucos dos meses de isolamento social. A fintech SumUp fez uma pesquisa com 4.000 empreendedores para entender os impactos da pandemia no setor e descobriu que, apesar de 57% dos entrevistados estarem com os negócios em funcionamento, quase metade deles ainda está tentando recuperar as perdas do período em que estiveram fechados.

A SumUp também mede a atividade econômica dos micro e pequenos negócios brasileiros usando sua base de dados das maquininhas de cartão e do varejo nacional. Com isso, ela organiza o Índice SumUp do Microempreendedor, publicado mensalmente.

O índice caiu 8% em abril, o ponto mais baixo da crise, e voltou a subir até julho, quando o comércio voltou a ser reaberto pelo país. Em agosto e setembro, se manteve com queda de 6%. Em outubro, último mês analisado, a queda registrada foi de 7%.

Segundo Renan Pieri, professor de economia da Fundação Getulio Vargas, responsável por desenvolver a análise para a SumUp, os próximos meses devem continuar oscilando, mas ainda em patamar superior ao do auge da crise, em abril.

“O pior parece ter passado, a não ser que a gente tenha novos ciclos de fechamento. Terminaremos 2020 em um patamar mais baixo, mas há espaço para os micro e pequenos negócios crescerem em 2021”, diz o professor.

No ano que vem, segundo Pieri, a recuperação está atrelada à confiança das pessoas em realizar investimentos e a voltar a circular. “O varejo depende dessa massa salarial”, diz.

Em 2020, o auxílio emergencial e o crédito ajudaram a manter as empresas faturando, mas para 2021 o cenário é mais incerto — ainda que programas de crédito, como o Pronampe, tenham sido renovados.

Caso aconteça uma segunda onda da doença no Brasil, forçando as autoridades a instaurar um novo período de distanciamento social, o professor afirma que as pequenas empresas terão um novo desafio para se manter operando. “As que se estruturaram melhor ao longo deste ano terão mais tranquilidade”, afirma Pieri, acrescentando que os pequenos negócios costumam ter mais flexibilidade durante crises, por terem uma base menor de custos fixos.

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